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Inflação apresenta menor resultado para o mês de maio, desde 2006

A inflação de maio desacelerou para uma alta de 0,13%, o menor resultado para o mês desde 2006, segundo divulgado na sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A redução dos preços de alimentos e bebidas, principalmente tomate e feijão, puxou para baixo a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), enquanto preços controlados pelo governo, como combustíveis, gás de cozinha e energia elétrica, pressionaram o indicador para cima. Contudo, é mesmo a baixa demanda de consumidores desconfiados em relação à economia e sem muito poder de compra que explica a baixa taxa de inflação no mês. A desconfiança aumentou e se reflete na dificuldade de empresários, sejam do comércio, da indústria ou de serviços, de repassar para os preços os aumentos nos custos. O gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Fernando Gonçalves, diz que a recuperação do consumo das famílias é lento e gradual. “Tem uma desocupação ainda muito forte, endividamento das famílias, tem reposição das funções profissionais via informalidade. Isso não traz segurança para que as famílias possam fazer consumo, então isso acaba segurando um pouco o consumo.” De Curitiba, o diretor do Instituto Datacenso, Cláudio Shimoyama, diz que mesmo o leve aumento na geração de empregos com carteira assinada não fez com que os paranaenses saíssem às compras. “Existia uma expectativa positiva de que o novo governo teria estratégias para fazer a economia avançar, mas isso não se concretizou. Nas pesquisas que fazemos para a ACP [Associação Comercial do Paraná], vemos que, mesmo com uma certa poupança, a população não tem consumido pelo receio do futuro.” Especialista em economia doméstica, a professora da Unifil Maria Eduvirge Marandola diz que “não é para se comemorar essa inflação baixa”. “Vivemos um período bastante recessivo, em que as pessoas reduziram bastante o consumo de alimentação fora de casa, reduzido a quantidade de coisas que compram ou optado por itens e marcas mais baratos. Quando essas trocas acontecem é porque os orçamentos estão apertados”, diz. Ela cita matéria da FOLHA publicada na edição de sexta-feira, que aponta que restaurantes londrinenses registraram queda de até 30% no número de fregueses desde o início do ano. Marandola mantém certo otimismo com uma recuperação no segundo semestre, por considerar que os primeiros cinco meses do ano são pressionados pelo pagamento de impostos. Mesmo assim, não vê movimento que justifique um aumento da demanda ou dos preços. Para Shimoyama, por outro lado, a tendência é de manutenção da inflação em baixo nível mesmo nos meses de férias. “Comerciantes e prestadores de serviços estão com bastante dificuldades de vender, então preferem não repassar a alta no valor de energia e de combustíveis para os clientes. O tíquete médio caiu em relação a 2018 e é melhor ganhar menos do que ficar com a mercadoria parada”, cita o diretor do Datacenso.

POR GRUPO A queda nos preços dos alimentos ajudou no arrefecimento do IPCA na passagem de abril para maio. Houve diminuição das chuvas, o que beneficiou a produção de tomate, batata, frutas e hortaliças, entre outros. A nova safra de feijão também ajudou a reduzir o preço do grão. Por outro lado, o leite longa vida e a cenoura encareceram. A maior pressão veio da conta de luz, que ficou mais cara com a entrada em vigor em maio da bandeira tarifária amarela e de reajustes em sete regiões pesquisadas pelo IBGE. Também em habitação, o gás de botijão teve alta de 1,35% no mês. Em transportes, apesar da alta da gasolina de 2,60%, as passagens aéreas recuaram 21,82% e ajudaram a manter o grupo dentro da estabilidade. Historicamente, maio é marcado pelos preços mais baixos para viagens de avião, conforme o IBGE.

O índice geral de 0,13% ficou 0,44 ponto percentual abaixo da taxa de abril (0,57%). Em maio de 2018, a taxa havia sido de 0,40%. A variação acumulada no ano ficou em 2,22% e em 12 meses chegou 4,66%, abaixo dos 4,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. (Com agências)

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